O pensamento “não quero mais viver” pode surgir em momentos de profunda dor emocional, desespero ou desesperança. Embora seja mais comum do que se imagina, ele nunca deve ser ignorado, pois pode ser um sinal de alerta para condições graves, como depressão, ansiedade ou tendências de tirar a própria vida.
Neste artigo, vamos explorar as possíveis causas desse sentimento, identificar sinais de alerta e orientar sobre quando e como buscar ajuda profissional.
O que significa o pensamento “não quero mais viver”?
O pensamento “não quero mais viver” pode ser uma expressão de um sofrimento intenso, que muitas vezes está associado a transtornos mentais, como depressão ou ansiedade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida anualmente, e a maioria desses casos está ligada a condições psiquiátricas não tratadas.
Esse sentimento pode variar em intensidade, desde uma ideia passageira até uma ideação mais estruturada. É importante falar abertamente sobre o tema, pois o conhecimento pode salvar vidas. Então, vamos entender um ponto-chave de diferenciação:
- A ideação suicida passiva ocorre quando a pessoa pensa em não querer viver, mas não tem planos concretos para tirar a própria vida;
- Já a ideação suicida ativa envolve planejamento e intenção, exigindo intervenção imediata.
Identificar por qual dessas situações você ou alguém próximo está passando é um passo importante na hora de saber buscar ajuda. Caso a ideação seja ativa, procure ajuda imediatamente.
Possíveis causas do pensamento “não quero mais viver”
O pensamento “não quero mais viver” pode surgir de uma combinação complexa de fatores emocionais, psicológicos, biológicos e sociais. Abaixo, detalhamos as principais causas, baseadas em evidências científicas e relatos clínicos:
1. Transtornos mentais
A depressão é uma das principais causas desse tipo de pensamento. Estima-se que 90% das pessoas que tiram a própria vida têm um transtorno mental diagnosticável, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia ou ansiedade generalizada. A depressão, em particular, altera a química cerebral, afetando neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, o que pode levar a sentimentos de desesperança e vazio.
2. Eventos traumáticos
Situações traumáticas, como abuso físico ou emocional, violência doméstica, luto pela perda de um ente querido ou separações conjugais, podem desencadear pensamentos contra a própria vida. Esses eventos geram um sofrimento intenso, que pode parecer insuportável, levando a pessoa a considerar a morte como uma forma de escapar da dor.
3. Isolamento social
A falta de uma rede de apoio emocional é um fator significativo. Pessoas que se sentem isoladas ou rejeitadas têm maior probabilidade de desenvolver pensamentos autodestrutivos. O isolamento pode ser causado por mudanças na vida, como aposentadoria, mudança de cidade ou conflitos familiares.
4. Doenças físicas e condições crônicas
Condições de saúde debilitantes, como câncer, doenças cardíacas ou dor crônica, podem levar à perda de qualidade de vida e ao desejo de escapar do sofrimento. Além disso, alterações hormonais, como as causadas por problemas na tireoide, também podem afetar o humor e contribuir para a ideação contra a vida.
5. Pressões externas
Dificuldades financeiras, desemprego, problemas no trabalho ou conflitos familiares podem gerar um sentimento de inutilidade e desesperança. Essas pressões, quando combinadas com outros fatores de risco, aumentam a probabilidade de pensamentos de não querer mais viver.
6. Uso de substâncias
O abuso de álcool, drogas ou medicamentos pode agravar sintomas depressivos e reduzir a capacidade de lidar com problemas. Em momentos de vulnerabilidade, essas substâncias podem aumentar a impulsividade, facilitando a chegada de pensamentos negativos.
7. Fatores biológicos e genéticos
Estudos sugerem que há uma predisposição genética para transtornos mentais que podem levar à ideação pela descontinuidade da vida. Pessoas com histórico familiar de suicídio ou transtornos psiquiátricos têm maior risco de desenvolver pensamentos negativos.
8. Crenças e distorções cognitivas
Pensamentos negativos persistentes, como “nada vai melhorar” ou “eu sou um fracasso”, podem criar um ciclo vicioso de desesperança. Essas distorções cognitivas são comuns em pessoas com depressão e podem ser exacerbadas por eventos estressantes.
9. Fatores culturais e sociais
Em algumas culturas, o estigma em torno da saúde mental impede que as pessoas busquem ajuda. Além disso, a falta de acesso a serviços de saúde mental de qualidade pode agravar o sofrimento e aumentar o risco à vida.
10. Experiências passadas
Traumas na infância, como abuso, negligência ou bullying, podem deixar marcas profundas que se manifestam na vida adulta. Essas experiências podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais e aumentar o risco de pensamentos autodestrutivos.
Sinais de alerta: quando buscar ajuda profissional
É fundamental reconhecer os sinais de alerta que indicam a necessidade de buscar ajuda profissional. Alguns desses sinais incluem:
- Pensamentos recorrentes sobre morte: Se o pensamento “não quero mais viver” se torna frequente, é um sinal de que a pessoa precisa de suporte imediato;
- Mudanças drásticas no comportamento: Isolamento social, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas e alterações no sono ou apetite são indicativos de que algo está errado. Embora isso possa indicar apenas uma depressão passageira, é importante se manter alerta e procurar ajuda para evitar o agravamento do caso;
- Expressão de desesperança: Frases como “a vida não faz sentido” ou “eu preferia não estar aqui” devem ser levadas a sério;
- Autonegligência: Abandonar cuidados básicos, como higiene pessoal ou alimentação, pode ser um sinal de que a pessoa está em sofrimento profundo.
Como a psicoterapia pode ajudar
A psicoterapia é uma das ferramentas mais eficazes para lidar com o pensamento “não quero mais viver”. Por meio de abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Logoterapia, o psicólogo ajuda o paciente a identificar padrões de pensamento disfuncionais, reconstruir um senso de propósito e desenvolver estratégias de enfrentamento.
Além disso, a psicoterapia oferece um espaço seguro para expressar emoções e trabalhar traumas passados, promovendo alívio emocional e melhora na qualidade de vida. Estudos mostram que a terapia reduz significativamente os sintomas de depressão e ansiedade, além de diminuir o risco de tirar a própria vida.
Conheça a psicoterapia e tenha o apoio necessário
Se você ou alguém próximo está enfrentando pensamentos contra a vida, saiba que há esperança e ajuda disponível. A psicoterapia pode ser o suporte que você precisa para superar essa fase difícil e reconstruir uma vida com significado e bem-estar.
Conheça nossa psicoterapia e garanta o cuidado emocional que você merece.
ATENÇÃO: Se você está em crise e precisa de ajuda imediata, ligue para o Centro de Valorização da Vida (188). Lembre-se de que você nunca está sozinho!